STEVEN WILSON

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Um dos mais ecléticos e prolíficos nomes de que há memória no seio do movimento prog rock, Steven Wilson escreve e produz música ininterruptamente desde os dez anos de idade e foi exposto pela primeira vez a esse universo quando, com apenas oito anos, ouviu o «Dark Side Of The Moon» dos Pink Floyd e o «Love To Love You Baby» de Donna Summer na companhia dos pais. Esses foram os álbuns fundamentais no desenvolvimento da direção musical que seguiria uns anos mais tarde quando o pai, que era engenheiro elétrico, lhe construiu um gravador multi-pistas e lhe colocou nas mãos as ferramentas necessárias para começar a experimentar com várias técnicas de produção e gravação. As primeiras maquetas começaram a surgir em meados dos anos 80 – numa altura em que Steven ainda estava na escola – e, no final da década, criou dois projetos que lhe valeram a entrada no mundo da música profissional: Porcupine Tree e No-Man. Os Porcupine Tree, que exploravam a sua enorme paixão pela música progressiva, psicadélica e ambiciosa dos anos 70, eram inicialmente uma banda imaginária, sendo o próprio a gravar todos os instrumentos. Os No-Man, por seu lado, eram uma colaboração com Tim Bowness e, graças à associação aos selos One Little Indian e Epic, começaram a receber elogios desde cedo. Influenciados por tudo o que vai do ambiental ao hip-hop, os singles e álbuns iniciais eram uma expansiva mistura de batidas dançáveis e orquestrações exuberantes, numa fusão que lhes valeu críticas favoráveis por parte de publicações como a Melody Maker e a Sounds.
Entretanto a popularidade crescente dos Porcupine Tree começava a superar o imaginário da pretensa banda. O segundo álbum, «Up The Downstair», de 1993, marcou a estreia do teclista Richard Barbieri e do baixista Colin Edwin e foi elogiado como “obra-prima do psicadélico”. Ainda antes do final desse ano, transformam-se num grupo a sério com a inclusão de Chris Maitland na bateria, começam a fazer digressões e continuam a editar consistentemente novos discos, passando a ser vistos como “os Pink Floyd dos anos 90”. Em 2001 assinam com a Lava Records, uma subsidiária da Atlantic e, com o apoio de uma estrutura maior e o novo baterista Gavin Harrison, editam «In Absentia» no ano seguinte. Apesar do som bastante mais pesado, o disco subiu às tabelas de vendas em vários países europeus e continua a ser um dos maiores sucessos de vendas dos Porcupine Tree. De seguida, Wilson baseou-se num argumento que escreveu em parceria com o cineasta Mike Bennion para compor «Deadwing», que foi considerado Álbum do Ano pela Classic Rock e se transformou no primeiro álbum do grupo a entrar para a Billboard 200. Em 2006, é editado o DVD ao vivo «Arriving Somewhere» e, no ano seguinte, um novo registo de originais. «Fear Of A Blank Planet», foi o registo dos Porcupine Tree que mais vendeu até à data, entrou para o #59 da Billboard e chegou ao # 31 no Reino Unido, sendo nomeado para um Grammy e considerado “álbum do ano” em várias publicações.
Entretanto o músico britânico tinha começado calmamente a lançar música em nome próprio e, a partir de 2003, disponibilizou através da sua própria editora, a Headphone Dust, uma série de CD-singles de dois temas, cada um com uma versão e uma canção original. A escolha e tratamento das “covers” (de originais de Alanis Morissette, Abba, The Cure e Prince, entre outros) eram totalmente imprevisíveis e, estilisticamente, permitiram-lhe expandir a sua paleta musical, da eletrónica ao noise, passando até por um registo acústico, mais despojado e baladeiro. Foram essas experiências que, em 2008, o inspiraram a gravar um disco de estreia a solo. «Insurgentes», de 2008, foi o resultado de dois anos de produção criativa e inúmeras sessões de gravação em todo o mundo, da Cidade do México ao Japão, passando por Israel. O segundo álbum a solo, «Grace for Drowning», um CD-duplo que reuniu «Deform To Form A Star» e «Like Dust I Have Cleared From My Eye», seguiu-se em 2011; no mesmo ano embarcou na sua primeira digressão em nome próprio, foi convidado para remisturar o catálogo dos King Crimson e juntou-se a Mikael Åkerfeldt, dos Opeth, para gravar como Storm Corrosion. De seguida, começou a compor com a banda que o acompanhou na estrada e que inclui na sua formação (o ex-teclista de Miles Davis) Adam Holzman e o guitarrista Guthrie Govan. Intitulado «The Raven That Refused To Sing (And Other Stories)», o primeiro fruto dessa colaboração, foi criado com base numa série de histórias curtas escritas por Wilson com Hajo Mueller e produzido pelo famoso Alan Parsons, sendo lançado em 2013. No Verão do ano seguinte é editado «Cover Version» (uma coletânea dos singles lançados entre 2003 e 2010) e, em Março de 2015, um novo trabalho conceptual intitulado «Hand. Cannot. Erase.».