O bilhete único, já à venda nos locais habituais, mantém o preço de 35€ e deverá ser trocado por pulseira pelo próprio, nas bilheteiras do festival sediadas no Museu do Fado, a partir de dia 18 de Setembro. Pulseira essa que dará acesso a todos os espaços do Festival até ao limite de lotação de cada um.
Os clientes da Caixa Geral de Depósitos terão 10% de desconto nos bilhetes adquiridos com qualquer cartão de débito ou crédito, na bilheteira do Museu do Fado.
Caixa Alfama quis dar uma ajuda e perguntou a duas personalidades bem conhecidas e amantes do Fado, que concertos não vão querer perder.
João Miguel Tavares, jornalista, agendou assim o seu Festival:
Se estamos em pleno coração de Lisboa para festejar o fado, nada como começar a noite de dia 19 no Largo do Chafariz de Dentro ao som da mítica Marcha de Alfama, e de seguida juntar o velho ao novo na voz, cada vez mais badalada, da jovem Carmo Moniz Pereira. Embora ela faça questão de dizer que não é fadista, tenho imensa curiosidade em saber o que Ana Bacalhau vai fazer ao fado. Mas o que quer que faça, tem de fazer realmente bem, porque escassos dez minutos depois de ela começar a cantar Gisela João vai subir a um outro palco, e quando os furacões passam ao nosso lado costumam arrastar-nos com eles. Por falar em furacões: Ricardo Ribeiro começa a estilar ainda antes de Gisela acabar de actuar, o que seria enorme pecado não fosse esse o nosso fado durante estes dois dias. Para acabar o dia um sugiro dois, mais propriamente António Zambujo e Ana Moura. O Alentejo junta-se ao Ribatejo, a lentidão da planície à turbulência da lezíria, num daqueles casamentos com tanto de improvável como de fascinante, que não precisaremos de espreitar pela fechadura.
O segundo dia não nos facilita mais a vida. Infelizmente, o piano de Júlio Resende e a guitarra portuguesa de José Manuel Neto apresentam-se em espectáculos simultâneos; felizmente, um é na esplanada e o outro no auditório do Museu do Fado – talvez dê para uns saltinhos. Outra simultânea ironia do destino: Gonçalo Salgueiro e Frei Hermano da Câmara cruzam-se à distância, e cruzam-se muito bem – sempre me pareceu que o verdadeiro herdeiro do segundo é a voz do primeiro, e agora surge a oportunidade de o comprovar. Há ainda um outro par curioso em concertos quase simultâneos: Maria da Fé e Aldina Duarte, duas gerações que se encontram no Sr. Vinho e no Caixa Alfama. Transitar por elas é passear pela mais bela história do fado tradicional. A festa termina com Carminho, e tem tudo para terminar em grande.
José Carlos Malato, nome grande da rádio e televisão, vai ver o Caixa Alfama assim:
Setembro. “Quando Lisboa anoitece, como um veleiro sem velas”, Alfama prepara-se para receber a segunda edição do Caixa Alfama e eu também.
Sexta-Feira. Não é numa água-furtada, mas no Auditório do Museu do Fado que o mestre Mário Pacheco vai percorrer as cordas da sua guitarra. Às 20h00 lá estarei, nesse “espaço roubado à mágoa”. Sentadinho. A ouvir.
No palco Amália, na Fonte do Poeta, Ana Lains escuta já o burburinho do público que às 20H35 a vai receber de braços abertos. Ana, lá estarei, no preciso momento em “que Alfama fica fechada em quatro paredes de água”.
Às 21h20, Katia Guerreiro estreia no Palco Caixa. “Fechada em seu desencanto, Alfama cheira a saudade”. Não posso perder esse momento. Para ouvir de olhos fechados.
Outra estreante é Lenita Gentil. Estreante, é como quem diz! Vou lá dar-lhe um beijinho, a caminho do Centro Cultural Dr. Magalhães Lima, “quatro muros de ansiedade”. Como estará Gisela João a cantar depois de um disco de absoluto sucesso? Estou curioso.
Sei que Até Deus Gosta de Fado, na Igreja de Sto. Estevão. Mas como é à mesma hora da Gisela não vou conseguir atender a todos os altares. Deus sabe que só ele é omnipresente e vai perdoar-me.
“Alfama não cheira a fado, cheira a povo, a solidão”. É por isso que o povo que realmente gosta de fado vai encher a plateia do Palco Caixa e aplaudir o “silêncio magoado” do grande Ricardo Ribeiro.
Se as forças não me faltarem ainda vou assistir ao fado do Pedro Moutinho, lá para as onze e meia.
Para acabar em beleza, guardem-me um lugar sentado nas bancadas do Palco Caixa. A voz de Ana Moura e o cante de António Zambujo serão o meu alimento: “tristeza com pão”.
Boa noite. Amanhã há mais!
Sábado. Confesso que às 20h00 vou estar na Igreja de S. Miguel. Aliás, o José Gonçalez também já me confessou que não posso perder, na mesma Igreja, Frei Hermano da Câmara lá mais para a noite. Vou assinalar no meu mapa.
O espírito de Deus repousa sobre mim e guia-me até ao Grupo Sportivo Adicense. Espero que, a essa hora, D. Vicente da Câmara ainda não tenha cantado a Moda das Tranças Pretas. Este homem é todo fado e tradição!
Depois de Frei Hermano da Câmara vai ser difícil escolher. Para não errar dirijo-me ao Palco Amália onde já actua a querida Maria da Fé. Fico até ao fim. Com a Maria. A que horas canta Anita Guerreiro? Estou confuso.
Chego ao Largo das Alcaçarias. Não podia faltar. Quem disse que Alfama não cheira a fado? Aldina Duarte tem o mesmo cheiro! Estou na primeira fila.
Quem escreveu “Alfama”, o fado que eu citei neste pequeno roteiro? Não, não foi Jorge Fernando. A essa hora estará ele a cantar no palco Caixa. Foi o Ary dos Santos, pois claro! E o Alain fez a música!
Carminho, para ver do princípio ao fim da segunda edição do Caixa Alfama. E isto já ninguém me tira!
Para mim, não existe outra canção.