Mário Mata regressa com novo disco e assinala 30 anos de carreira

 

Sete anos depois de ter publicado último registo de originais, Mário Mata surge agora com “Sinais do Tempo”, uma novo CD que conta com um naipe de participações de luxo. Entre os convidados para este disco destaca-se o nome de Fausto Bordalo Dias (em cujo álbum mais recente Mário Mata também participou) e ainda um grupo de músicos da primeira linha da música popular portuguesa – de José Manuel David (Gaiteiros de Lisboa) a Edgar Caramelo (ex-Bandemónio), passando por Mário João Santos (baterista habitual de Fausto), Miguel Veras (guitarrista de Júlio Pereira e dos Realejo ), Tó Varela (um surpreendente baixista a merecer toda a atenção) e José Barros (Navegante), que também assina a produção e a direcção musical.
Afastado dos grandes circuitos comerciais – em parte por opção, em parte por força das circunstâncias – Mário Mata conta já com trinta anos de actividade como músico, apesar de ter publicado, durante este período, apenas cinco discos de originais: Não Há Nada P’ra Ninguém (LP, Polygram, 1981), Não Mata Mas Mói (LP, Polygram, 1982), Deixós Poisar (LP, Discossete, 1986), Somos Portugueses (CD, Vidisco, 1994) , Dupla Face (CD, Ovação, 2004) e Sinais do Tempo (Edição de Autor, 2012).
Surgido em plena fase de ebulição da música popular portuguesa, em 1981 (entre o “Ar de Rock”, de Rui Veloso, e “Por Este Rio Acima”, de Fausto, que ficaram como marcos essenciais desse período), Mário Mata afirmou-se desde cedo como prossecutor de uma estética popular moderna, através de uma linguagem muito próxima do quotidiano, sem desleixar as preocupações estéticas nem se render a facilitismos.
“Não Há Nada Pra Ninguém” foi o primeiro grande êxito deste músico nascido em Angola há 50 anos, e marcou toda uma geração. Ao misturar a música de raiz popular com as tonalidades do pop/rock, Mário Mata conseguiu criar um estilo próprio e deixar a sua marca na música portuguesa do último quartel do século XX.
Ao longo dos 30 anos que se seguiram, Mário Mata continuou a fazer música e a cantar, mas algumas vicissitudes artísticas tornaram mais esparsa a sua produção discográfica. Regressa agora, com um CD que vai decerto surpreender toda a gente – pela novidade, pela qualidade dos temas e pela excelência dos participantes. E que, ao mesmo tempo, traz de volta o “velho” Mário, renovado, mas fiel àquilo que sempre foi: um espírito rebelde e insubmisso, atento, mas nunca venerador, nem obrigado.