“A janela de Saramago” de João Francisco Vilhena

ep

Exposição “Lanzarote”-  “A janela de Saramago” de João Francisco Vilhena, a inaugurar dia 8 de novembro pelas 18:00h, na câmara escura, rua da cruz nº 13 em Torres Vedras.
Neste trabalho o fotógrafo João Francisco Vilhena esteve em Lanzarote com José Saramago, onde voltou já depois da morte do escritor porque queria sentir o homem naquela paisagem, como o homem se pode fundir no espaço. O resultado está em Lanzarote — A Janela de Saramago
Com José Saramago vestido de negro, João não queria que o escritor se destacasse na paisagem, queria que se confundisse com ela, que se perdesse nela. Numa viagem pelo Parque Nacional de Timanfaya em Lanzarote, onde quase tudo é vulcânico, dá-se a simbiose, entre a terra crestada, a poeira e a solidão. Debaixo da luz de novembro, numa tentativa de captar um homem na paisagem e nunca um escritor galardoado. Depois dessa caminhada fotográfica, João Francisco Vilhena sentiu que a ligação que tinha presenciado entre Saramago e a terra que adoptou como sua era de tal maneira forte que decidiu voltar. Queria aprofundar uma reflexão que mostrasse como um homem se pode fundir com o espaço, como pode entendê-lo, desafiá-lo, respeitá-lo. Inquieto, o fotógrafo sentiu que alguma coisa tinha ficado por fazer. Já depois da morte do escritor, em 2010, João Francisco Vilhena volta a Lanzarote e reve os mesmos lugares onde esteve com Saramago.
A relação que José Saramago tinha com Lanzarote era profunda. E João Francisco Vilhena compreendeu-a através das fotografias que captou, antes e depois do seu desaparecimento. “Saramago tornou-se paisagem através da sua vivência na ilha.