Início Curtas A dance de Tigue & Play: “O futuro a Deus pertence e...
Recentemente, os produtores/Dj’s Tigue e Play lançaram a faixa “Paradise” que prometem ser o hit do verão açoriano. A musica total teve oportunidade de falar com os artistas acerca do seu percurso e mais recente tema. Aqui ficam as suas palavras.
Porquê a música electrónica? O que os chamou para este campo, numa época em que esta não era tão popular em termos de mainstream como é hoje?
Tigue: Gosto de algo diferente e electrónica na altura era algo que “fugia à regra”.
Play: A música electrónica surgiu depois de um passado ligado a muita música, o envolvimento em bandas de rock com sons mais alternativos foi de facto um dos pontos que me fez “ querer” experimentar este lado mais electrónico .
No meu ponto de vista foi mais do querer experimentar, tomei gosto e estou onde estou com muita força e dedicação .
Viu-se envolvido na parte de performance na sua terra natal, a Ilha das Flores. Como sente que está o estado do seu género de música nessa zona do arquipélago?
Tigue: A música electrónica anda em constante evolução e cada vez mais o público açoriano gosta.
Para si, o concurso “Are You The New Dj Az?” foi, sem dúvida, uma plataforma de lançamento a nível profissional. Que importância têm este tipo de iniciativas para a progressão e a descoberta de novos talentos?
Play: Sim, realmente o concurso foi onde me mostrei a outro mercado na ilha de São Miguel, só a partir desse momento é que começaram a conhecer-me e a apostar em mim .
Este tipo de concurso é deveras importante, não só pela descoberta dos novos talentos mas, também, por ser uma base de convívio e de aprendizagem no seio da cultura do Djing .
Criou um hiato entre 2006 e 2012. Voltando à música após seis anos de paragem, como encontrou o estado da música eletrônica no seu regresso?
Tigue: Em 2006 não havia hardwell’s nem se ouvia electro house, pelo menos eu… Quando em 2012 alguém me mostrou o sons electro house fiquei logo apaixonado pelo tipo de “energia” que as músicas tinham.
Ambos são, agora, não só Djs como produtores musicais. Será esta uma transição orgânica para quem explora este tipo de género?
Tigue: Acho que hoje em dia a produção é muito importante para o DJ, além de se ficar mais apurado no djing, o público gosta de ouvir algo que é nosso, feito por nós em live act.
Play: No seio do Djing e, estando no arquipélago dos Açores, realmente o próximo passo a seguir era deveras este. Sigo o exemplo do Tigue que, estando num grupo mais ocidental e tendo poucas actuações, dedicou-se à produção e nota-se o trabalho que tem vindo a desenvolver nesta parte de produção. É, sem dúvida, um exemplo a seguir no nosso arquipélago, assim como muitos outros.
Assim como inúmeros talentos açorianos, em todas as áreas de performance, encontraram dificuldades em termos de encontrar financiamento para os seus projetos? Como vêem o apoio prestado aos artistas em crescimento na nossa região?
Tigue: No meu caso não tenho apoios nenhuns.
Play: Como todos nós sabemos, a vida não anda fácil para ninguém e muitas vezes no nosso tipo de caso (músicos) é-nos muito difícil arranjar apoios e meios para conseguir tal feitos. Foi tudo pago do nosso bolso, mas estamos a tentar obter apoios para a gravação de um videoclipe.
Os tops de músicas mais tocadas nas rádios atualmente, estão repletos de músicas que, pelo menos, roçam o eletrônico. Como vêem essa progressão do género musical?
Tigue: Nós, como “DJs/Produtores”, temos que estar atentos à evolução musical, sendo que, as rádios também tem que estar e, neste caso, estas têm feito um bom trabalho ao inserir nas suas playlists algo mais electrónico porque também a música electrónica tem o seu público.
Play: Acho que vem tudo de uma evolução notória desde os anos 90. Tenho notado este crescimento e, cada vez mais, as faixas conseguem enquadrar-se nos perfis das pessoas e mercados mais exigentes e eclécticos .
Lançaram conjuntamente a recentemente a faixa “Paradise” em pareceria com Diro. Como surgiu essa oportunidade de colaboração?
Tigue: Conheço o Play há bastante tempo e, como sei que ele também anda na produção, mostrei-lhe umas melodias e trabalhamos a partir daí, via skype (sim porque sou das Flores e ele de São Miguel). Em relação ao vocal já conhecia alguns temas do Diro na net, achamos que era o vocal ideal, pelo que ele fez o vocal e a letra.
Play: O surgimento de colaboração com o Tigue surgiu no ano passado, quando surgiu esta melodia. A partir daí, foi só trabalhar nela. A parte de construção ficou a cargo do Tigue pois é exímio na matéria e, tendo eu aprendido já um pouco com ele, as ideias sempre iam surgindo. Juntamos o útil ao agradável, visto eu ter um pouco de experiência na parte musical. A voz realmente foi um grande achado. O Diro tem uma voz absolutamente fora do normal e consegue-se enquadrar no perfil que estávamos a precisar para a idealização da faixa .
Referem a criação desde “Paradise” como tendo sido inspirada na vossa região, os Açores. Em que medida o ambiente em que vivem influencia a música que produzem? Sentem que este tipo de projetos ajudam a espalhar o nome Açores?
Tigue: Penso que sim. Seja em que área for, qualquer trabalho relacionado com os Açores ajuda sempre a divulgar a região e, neste caso, não há sítio melhor no mundo. Com esta natureza em estado puro como inspiração, ajuda-nos a subir de nível.
Play: Sem dúvida que a idealização deste tema veio daí, vivemos num encanto natural, ao qual, muitas vezes, os nossos açorianos não sabem dar o devido valor. Quer ao sítio onde vivemos, quer (infelizmente) à capacidade dos seus artistas. Sem dúvida alguma que a intenção desta faixa é elevar o nome dos Açores.
Que mais projetos se podem esperar desta colaboração para o ano de 2015, ou anos futuros?
Tigue : Neste momento estamos tanto dedicados ao “Paradise” que ainda não pensamos em mais nada, mas, certamente, mais há de vir.
Play – O futuro a Deus pertence e tudo esta previsto !
Muito obrigado pela oportunidade …