Entrevista a Jacinto Franco Do Monte Verde Festival

A praia do Monte Verde, em São Miguel, servirá de palco para a quarta edição do Monte Verde Festival entre os dias 12 e 16 de Agosto (sendo que no primeiro se realiza a Welcome Party e, no último, a After Party). Este, que é um dos eventos marcantes do verão nos Açores, promete atrair milhares com o seu cartaz forrado de grandes nomes da música nacional e internacional. Como não podia deixar de ser, falamos com a organização acerca da edição de 2015.
Antes de mais não podemos deixar de falar dos rumores que circularam ao longo de todo o ano acerca da possibilidade do festival não se realizar este verão. O que nos pode revelar acerca disto? Alguma ponta de verdade?
J.F.- Toda. O Monte Verde tem vindo, ano após ano, a elevar a fasquia e a tornar-se um Festival de maior dimensão em todos os aspetos.
Com um investimento maior, os parceiros e patrocinadores têm que acompanhar-nos, caso contrário o Festival não tem “pernas para andar”.
Infelizmente, o público açoriano não está acostumado a pagar 50€ por um passe geral. Se assim fosse não estaríamos tão dependentes desta situação.
Após a edição de 2014, tivemos que fazer uma reflexão sobre aquilo que pretendíamos e aquilo que tínhamos à nossa disposição.
Chegamos à conclusão que o que tínhamos ao nosso dispor não reunia as condições necessárias para podermos seguir com a visão pretendida para Monte Verde Festival.
Felizmente, soubemos redefinir certos aspetos organizacionais e contar com alguns novos parceiros.
O risco mantém-se, mas temos a certeza que o Monte Verde Festival é uma aposta ganha e que será ainda mais importante no futuro, no que diz respeito à promoção e animação turística, à troca de culturas entre os nossos artistas e os que nos visitam e em termos de impacto direto na economia local.
 
Apesar disso, muitos foram os que levaram o seu apoio à realização do festival a redes sociais como o Facebook, chegando um grupo a juntar quase três mil apoiantes. O que diz isso acerca da opinião do público? Que impacto terá esse tipo de reações no grupo da organização?
 
J.F.-Sabemos que o público está connosco e isso deixa-nos muito orgulhosos e com mais vontade de continuar a trabalhar, mesmo tendo em conta todas as dificuldades e adversidades com que nos deparamos ao longo do ano.
 
Em 2015 voltam com um cartaz que alguns consideram ser o melhor do ano dos festivais de verão açorianos. Há nomes da música eletrónica, rock, reggae, etc. Qual a importância de combinar vários estilos de música num só festival e, por vezes, até num só dia?
J.F.-A ideia é ter um cartaz eclético para que possamos chegar ao maior número de pessoas e gostos musicais.
Tentamos sempre apostar em grandes nomes nacionais e internacionais, muitas vezes desconhecidos pelo público açoriano.
É uma aposta arrojada e ambiciosa, mas só assim conseguimos mostrar a nossa identidade e destacarmo-nos de todos os outros Festivais da Região.
 
O festival possui não só uma “Welcome Party”, como outra a marcar o fim do evento. Há objetivos diferentes aquando da realização de concertos nesse sistema (também ele) diferente? Porque não adicionar apenas mais um dia (ou dois) à programação “regular” do festival?
J.F.-A Welcome Party tem objetivos bastante distintos.
O primeiro de receber todos os campistas oriundos de outras localidades (que chegam um dia antes) apresentando-os assim ao público local, tornando o ambiente bem mais “amigável” e acolhedor.
O segundo, de integrar os jovens empresários da cidade da Ribeira Grande neste projeto.
A Welcome Party será explorada pela organização do Festival, bem como, pelo Bar do Tójó, Filipe e Mitolandia.
Não nos podemos esquecer de tudo aquilo que a Ribeira Grande nos tem oferecido e esta é uma forma de agradecer aos empresários locais, da noite Ribeira-grandense.
Mais uma ideia inovadora na Região, que teve o “dedo” do Presidente Alexandre Gaudêncio.
Por sua vez, a After Party é para os mais resistentes, para aqueles que depois de 3 dias querem um pouco mais.
O trance está bem presente nesta Festa, pois não nos podemos esquecer que este estilo musical é um dos mais ouvidos na nossa ilha.
Um quarto dia de Festival já foi implementado na 2ª edição e o resultado não foi o mais satisfatório.
Além de se tornar muito dispendioso, o publico fica cansado e há um dia que se ressente mais em termos de adesão dos festivaleiros.
 
Esta será a quarta edição do festival. Olhando para trás, o que mudou no festival desde 2012? O que será introduzido de novo este ano?
 
J.F.-Muito ou quase tudo.
O Investimento aumentou cerca de 5 vezes, a equipa tornou-se mais profissional e coesa, o cartaz cada vez mais internacional e fidelizou-se um público de milhares de pessoas.
Para este ano, apostamos em novas atividades durante o dia como por exemplo o Blob, a nossa comunicação passou a ter um Target num público estrageiro, houve melhorias em termos de infra estruturas no recinto, uma zona de campismo mais preparada para receber os Festivaleiros e algumas outras surpresas que não queremos desvendar já (Jacinto sorriu)!
 
O Monte Verde é característico por dinamizar a parte diurna dos dias do festival com atividades abertas aos “festivaleiros”. O que se pode esperar do programa deste ano?
J.F.-Vólei de praia, Tow Out Bodyboarding, Zumba, Blob, Surf mecânico, Matrecos humanos, workshops, entre outras.
 
Para terminar, o que distingue o Monte Verde Festival de outros festivais que se realizam nos Açores?
J.F.-Essencialmente pela diferença no cartaz em que apresenta, pelo risco e alto investimento que põe em prática todas as edições (mesmo não tendo os apoios que outros têm), pela identidade e design, pelo ambiente e pelas excelentes condições que a cidade da Ribeira Grande oferece.
Para entender desse bom ambiente, só mesmo lá indo…vale a muito a pena! (Jacinto Sorriu)!

 

 

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