Daniel Knox toca no “Lugar Comum”

 

Dia 12 de Setembro, a convite da Lugar Comum, toca ao piano o seu mais recente trabalho, numa noite que promete ser tão íntima como intensa.
Daniel Knox tem 34 anos, veste nublado e do seu rosto emerge uma barba imperial. Chegou a Chicago por alturas do ensino universitário, quando a paixão pelo cinema – particularmente pela obra de David Lynch – o levaram, em 1998, até ao Columbia College. Em 2007, Lynch, que corria o país apresentando Inland Empire, sugeriu que o seu filme e breve declamação poética fosse antecedido por um momento musical. Quem, senão Daniel Knox, homem da casa e devoto do realizador, para ser o protagonista de tão privilegiado momento. Knox compôs uma pequena peça instrumental para órgão chamada “Inland Empire Overture”.

O momento tão especial acabou no YouTube e o músico, que já editara o debut “Disaster”, acabou meses depois a tocar em Londres, no Barbican Centre, convidado pelo director artístico David Coulter. Lá conheceu os The Handsome Family e Rufus Wainright com quem vem colaborando. Um ano volvido, de regresso à capital inglesa, conhece Jarvis Cocker, participando mais tarde no segundo álbum de originais do ex-Pulp, “Further Complications”.

Actualmente, Daniel Knox tem três discos editados: o supracitado “Disaster” (2007), “Evryman For Himself” (2011) e um sublime registo homónimo editado no presente ano de 2015. A mais recente edição foi gravada na label de Steve Albini, a Electrical Audio, pelo seu homem de confiança, Greg Norman. Dez composições que não se perdem na riqueza e conforto tecnológico, mas ao invés, aproveitam essas forças para crescerem épica e majestosamente, soando colossais, elegantes, de traços vintage, acrescentadas de cordas e, aqui e ali, de ligeiros elementos electrónicos. A palavra no timbre de Knox vence e impressiona. Daniel é dono de uma música fundamentalmente bonita que, devagar, vai chegando, numa voz poderosa, a mais atentos e sensíveis ouvidos.