Benjamim em documentário e assinala a ocasião com novo single “Volkswagen”

Auto-Rádio-4
Verão de 2015. Quatro amigos partem na mais longa digressão de datas consecutivas de que há memória na história da música portuguesa. 5670 kms a bordo de uma carrinha Volkswagen Golf de 1996. Benjamim viajou do coreto de Alvito até à Gafanha da Nazaré, com etapa especial no Festival Bons Sons, na aldeia de Cem Soldos. A acompanhá-lo na estrada, António Vasconcelos Dias, músico da banda, Manuel San Payo, técnico de som e Gonçalo Pôla, realizador-documentarista.
Gonçalo, o homem da câmara, captou a estrada nacional, a auto-estrada, os concertos, os ensaios de som, os quartos de hotel, as pensões, as discussões, a condução segura, os mergulhos na piscina e a chuva que se abateu sobre o palco. Isto para além das muitas entrevistas, das horas de sessões de gravação do disco – desde a sua concepção – e o desespero da busca pela escrita em português, território novo para o escritor de canções que até aí só assinava em inglês.

 

Tal como o disco, o filme “Auto Rádio” é uma viagem pelo país, pelas canções e pela música. Fala sobre Afife, sobre a Guiné, sobre concertos esquecidos no terreiro da Aldeia da Pedralva ou sobre fazer música em Portugal; é uma ode à dureza da estrada, aos concertos falhados, aos bem sucedidos, aos discos, à rádio, ao Verão e ao país, enquanto conta a aventura insólita de uma longa jornada por Portugal quase inteiro numa carrinha carregada de equipamento até ao tejadilho. Além disso, como documentário que é, mostra-nos inúmeros detalhes sobre as canções; descodifica-as e contextualiza-as.
A estrutura narrativa parte dos 12 temas do álbum, das múltiplas entrevistas dadas em estações de rádio um pouco por todo o lado, e do discurso directo de pessoas importantes para o disco: AP Braga, João Paulo Feliciano, Henrique Amaro e Luís Oliveira da Antena 3 ou Pedro Ramos da Radar FM.
O lançamento do documentário é acompanhado pelo lançamento de um novo single – desta vez, e apropriadamente: “Volkswagen”. A canção cheira toda a Primavera, evoca escapadelas, pede os vidros do carro todos abertos e dá vontade de acelerar na marginal. Gonçalo Pôla filmou-a de i-phone na mão, assim como se fosse uma distracção, uma coisa sem importância, porque o que importa é a canção.