Espetáculo Amazonia Live chegou a mais de 90 milhões de pessoas

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O concerto realizou-se no passado dia 27 de agosto, naquele que é considerado o “pulmão do mundo” – Amazónia -, num palco flutuante com as mesmas dimensões do Palco Mundo do Rock in Rio, dando assim o pontapé de saída para uma campanha que se prolonga até 2019.
Durante duas horas, o Rio Negro (Manaus, Amazónia) foi o cenário de um encontro inesquecível entre música e natureza. A inconfundível voz de Plácido Domingo fez-se acompanhar pela Orquestra Amazónia Filarmónica, com o Coral do Amazonas, e o espetáculo contou, ainda, com participações especiais do guitarrista Andreas Kisser (Sepultura), da artista Ivete Sangalo, de Plácido Domingo Jr. e, ainda, do tenor Saulo Laucas.
O momento foi acompanhado no mundo inteiro através de live streaming e, no Brasil, #amazonialive dominou as redes sociais e esteve nos trending topics durante todo o concerto.
Até ao momento já foram angariadas 2.940.000 árvores que serão plantadas na Amazónia – na região do Xingu. O objetivo é ultrapassar os 4 milhões até 2019 e para isso foi lançado um apelo à população mundial, para se juntarem à causa e contribuírem com uma árvore em www.amazonialive.com.
Com esta ação queremos chamar a atenção do mundo inteiro para um problema urgente e mostrar que é possível plantar, sobretudo, esperança. Já angariámos perto de 3 milhões de árvores e o objetivo é, agora, chegar aos seis milhões nestes 3 anos”, refere Roberto Medina, Presidente e Fundador do Rock in Rio. “Para se ter uma ideia da importância desta iniciativa, segundo dados do ISA, uma floresta com três milhões de árvores transpira, a cada dia, cerca de 48 milhões de litros de água. Outro dado importante e que merece a nossa atenção é o facto de a Amazónia ter 20% de toda a água doce do planeta e isso não se pode perder”, acrescenta o Presidente.
Um problema de todos
A Amazónia é estratégica no equilíbrio climático do planeta, tendo um papel fundamental na redução do impacto do aquecimento global. Não é por acaso que é apelidada de “pulmão do mundo”. Segundo dados da Rede Amazónica de Informação Socioambiental Georreferenciada (Raisg), entre 1500 e 1977 cerca de 4,7% da região foi desflorestada e só nos últimos 36 anos, esse número subiu para 18%. Um dos graves efeitos mundiais da desflorestação é a contribuição para o aquecimento global. Hoje, 1/3 da população mundial não tem acesso a água potável e, caso a temperatura global aumente 2,5°C acima dos níveis pré-industriais, este número pode duplicar.
Através do projeto Amazonia Live, o Rock in Rio e os seus parceiros visam, assim, restaurar as áreas desflorestadas nas cabeceiras e nas nascentes do Rio Xingu, como forma de combater a desflorestação que tanto afeta o clima e o equilíbrio das chuvas. Para a plantação das árvores será utilizado uma mistura de sementes (“muvuca”), uma técnica escolhida e aprimorada pelo ISA para reproduzir o processo natural da floresta. Esta técnica utiliza sementeiras diretas, estando já comprovado que semear diretamente no chão, no local definitivo, é o melhor método para a maioria dos diversos tipos de árvores. Durante os três primeiros anos após a plantação serão publicadas notícias e relatórios técnicos sobre a situação das árvores e da floresta recuperada, garantindo transparência e monitorização para quem acreditou nesta causa.
O Amazonia Live conta com o apoio do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO), Instituto Socioambiental (ISA) e Conservação Internacional (CI). O projeto contribuirá para a restauração florestal, para a recuperação das nascentes e matas nas margens dos rios e ainda para gerar rendimentos, de forma participativa e inclusiva, para as comunidades locais.