«Quincas Borba»: O mais desconcertante romance de Machado de Assis

Com uma conversa‑posfácio de Abel Barros Baptista e Clara Rowland, directores da colecção.

 

Quincas Borba é o filósofo demente, inventor de uma doutrina desvairadamente optimista, que morre no penúltimo capítulo do romance Memórias Póstumas de Brás Cubas. Reaparece no romance seguinte de Machado de Assis, este Quincas Borba, morrendo outra vez mas agora no começo. Deixa um cão, a quem deu o seu próprio nome, e vasto património, legado a um inopinado herdeiro universal, certo Rubião, com a condição de tratar do cão «como se cão não fosse, mas pessoa humana». Adivinha‑se a extravagância que espera o leitor a cada capítulo; e de facto trata‑se do mais desconcertante romance de Machado de Assis. Entre divagação e narração, a imaginação vai prevalecendo sobre os factos, e num mesmo tecido enredam‑se a herança e o cão, a loucura e a paixão amorosa, a força do dinheiro e o poder da dívida — e o riso! «A sombra da sombra de uma lembrança grotesca» — lê‑se a certa altura — «projeta‑se no meio da paixão mais aborrecível»… a comédia é cruel, o desastre, inevitável. Talvez seja o supremo exemplo da arte literária de Machado de Assis.

 

Ficha técnica:

Título: Quincas Borba

Autor: Machado de Assis

Ano de publicação: 1891 (de 1886-1991, pois foram folhetins)

Nacionalidade: Brasileiro

Foco narrativo: 3° pessoa (narrador onisciente e não participante)

PDF: Quincas Borba

Movimento literário: Realismo

Gênero Literário: Inicialmente um conjunto de folhetins, hoje unificados em um romance