regressa a Coimbra para a reta final da sua 23.ª edição, com três dias de música, experimentação e diálogo artístico que prometem transformar a cidade, de 16 a 18 de outubro, num verdadeiro palco internacional do jazz contemporâneo. Desde o dia 10, o festival tem apresentado 12 concertos, uma residência artística e várias atividades de mediação cultural, reforçando a sua importância como uma das mais sólidas e inovadoras plataformas do jazz em Portugal.

 

 

Organizado pelo Jazz ao Centro Clube (JACC) em parceria com o Município de Coimbra, o evento — também conhecido como Encontros Internacionais de Jazz de Coimbra — é um marco na cena musical portuguesa. Com mais de duas décadas de história, o festival tem-se destacado pelo apoio à criação artística original e pela produção de mais de 20 discos editados em colaboração com as prestigiadas editoras Cipsela, Clean Feed e JACC Records.

 Coimbra acolhe novas vozes e nomes consagrados

A edição de 2025 do Festival Jazz ao Centro destaca-se pela diversidade geracional e geográfica da sua programação. Entre os nomes em destaque está Estela Alexandre, jovem compositora e arranjadora de apenas 24 anos, que apresentará o seu primeiro disco, “Cantomilo”, à frente da sua própria orquestra — um dos momentos mais aguardados deste fim de semana.

Outro ponto alto será o Brainteaser PT Ensemble, dirigido pelo músico e compositor neerlandês Tjin Wybenga, que reúne um grupo de intérpretes portugueses num projeto que cruza improvisação, eletrónica e escrita contemporânea.

O festival reforça ainda as suas parcerias nacionais, com colaborações de peso com o Seixal Jazz, o Outono em Jazz da Casa da Música e o Teatro do Bairro Alto, reforçando a circulação de artistas e projetos pelo país. Estas sinergias permitirão a Coimbra receber o quarteto da trompetista Yazz Ahmed, uma das vozes mais influentes do jazz britânico, conhecida pela fusão de sonoridades árabes com harmonias modernas.

Outro concerto imperdível será o encontro entre Luís Vicente, John Dikeman, John Edwards (em substituição de William Parker) e Hamid Drake, quatro figuras de referência da improvisação livre internacional.

 Residência artística e o diálogo entre culturas

Um dos aspetos mais distintivos do Jazz ao Centro é a forma como promove o encontro entre diferentes culturas musicais. Este ano, a residência artística Róndò Project junta três músicos iranianos — Roshanak Rafani (percussão), Ehsan Sadigh (guitarra) e Mazyar Younesi (piano) — ao percussionista luso-catalão Vasco Trilla.
O resultado é uma fusão entre tradição persa e linguagem improvisada contemporânea, que promete um dos momentos mais singulares do festival.

Vasco Trilla, um dos mais ativos percussionistas da cena europeia, prolongará a sua passagem por Coimbra para atuar também em duo com o guitarrista conimbricense Marcelo dos Reis, num concerto que encerrará oficialmente o festival e que dará origem a um registo discográfico ao vivo — reforçando a ligação do evento à produção fonográfica de jazz português.

 Rafael Toral e a música experimental portuguesa

Entre os momentos mais esperados do fim de semana está também “Guitar Concert”, de Rafael Toral, figura central da música experimental portuguesa e um dos artistas que mais têm contribuído para expandir as fronteiras entre o jazz, a eletrónica e o som ambiente.
O seu regresso a Coimbra promete uma performance intensa, com foco na relação entre o som, o espaço e o silêncio — uma marca da sua estética minimalista e profundamente expressiva.

 Palcos emblemáticos e bilhetes acessíveis

Como é tradição, o Festival Jazz ao Centro espalha-se por alguns dos espaços mais icónicos de Coimbra. O Convento São Francisco, o Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV), o Seminário Maior e o Salão Brazil recebem os concertos principais, enquanto projetos de menor escala ou pedagógicos encontram lugar em espaços alternativos, como o Semente Atelier.

Os bilhetes estão disponíveis nas bilheteiras físicas e online dos respetivos locais, com preços entre 2€ e 14€, mantendo a aposta do festival em garantir acesso democrático à cultura e ao jazz contemporâneo.

 Programa Final — 16 a 18 de outubro

Quinta, 16 de outubro

  • 18h00 | Vicente / Dikeman / Edwards / Drake — República dos Kapangas

  • 21h30 | Yazz Ahmed Quartet — Convento São Francisco

  • 23h00 | Róndò Project convida Vasco Trilla — Salão Brazil

Sexta, 17 de outubro

  • 21h30 | Estela Alexandre Orquestra — Teatro Académico de Gil Vicente

  • 23h00 | Tjin Wybenga Brainteaser PT Ensemble — Salão Brazil

Sábado, 18 de outubro

  • 16h00 | Combo CPJazz — Semente Atelier

  • 18h00 | Rafael Toral “Guitar Concert” — Seminário Maior

  • 22h00 | Marcelo dos Reis & Vasco Trilla — Salão Brazil

🎺 Jazz que faz história em Portugal

Com mais de duas décadas de existência, o Festival Jazz ao Centro consolidou-se como um dos principais eventos de jazz em Portugal, valorizando tanto novos talentos como artistas consagrados, e apostando numa programação que ultrapassa fronteiras estéticas e culturais.
Mais do que um festival, é um laboratório vivo de criação, que transforma Coimbra num epicentro de ideias, sons e encontros improváveis — um espaço onde o jazz é liberdade e a música é descoberta.