Fontes Sonoras 2024: Arte Sonora Contemporânea Regressa à Aldeia das Fontes em Leiria

Entre os dias 20 e 26 de outubro, a pequena mas inspiradora Aldeia das Fontes, em Leiria, volta a ser palco de um dos eventos mais singulares da cena artística portuguesa: o projeto Fontes Sonoras. Esta terceira residência artística, organizada pela Omnichord, com curadoria de Raquel Castro e direção artística de Gui Garrido, recebe dois nomes incontornáveis da arte sonora contemporânea: Rie Nakajima e Pierre Berthet.

 

 

Ao longo de uma semana, os artistas irão transformar o espaço natural e a paisagem acústica da aldeia, culminando numa apresentação pública no dia 26 de outubro. Será um momento raro de imersão onde som, escultura, acaso e natureza se entrelaçam, convidando o público a descobrir novas formas de escuta e de relação com o território.

 

O que é o projeto Fontes Sonoras?

O Fontes Sonoras é uma iniciativa que nasceu com o objetivo de promover a arte sonora em contexto rural, unindo artistas de renome internacional, comunidades locais e a envolvente natural.

Mais do que um festival tradicional, trata-se de um espaço de experimentação artística, onde os criadores convidados investigam o território, interagem com os habitantes e encontram inspiração nos sons, paisagens e materiais da Aldeia das Fontes, situada no concelho de Leiria.

Desde a sua criação, o projeto distingue-se por:

  • Valorizar a escuta sensível, promovendo experiências que vão além da música convencional.

  • Criar diálogos entre arte, comunidade e ambiente, revelando novas formas de relação com a natureza.

  • Apoiar artistas sonoros de referência, oferecendo-lhes tempo e espaço para desenvolver criações únicas.

Edição 2024: uma residência artística singular

A edição de 2024 do Fontes Sonoras decorre de 20 a 26 de outubro, trazendo consigo uma dupla artística de peso: Rie Nakajima (Japão/Reino Unido) e Pierre Berthet (Bélgica).

Durante uma semana, estes artistas irão pesquisar, explorar e experimentar com os elementos naturais e acústicos do território. O processo criativo culminará numa instalação performativa aberta ao público no dia 26 de outubro, onde escultura, som e performance se fundem numa experiência imersiva.

Uma residência focada na improvisação e no acaso

Ao contrário de concertos convencionais, a proposta desta residência aposta na improvisação, na exploração do acaso e na escuta atenta dos espaços. O público não assiste apenas a uma apresentação, mas é convidado a vivenciar uma experiência única, onde cada detalhe – da vibração de um objeto ao som do vento – ganha protagonismo.

Quem são os artistas convidados?

Rie Nakajima: a poética do acaso no som

A japonesa Rie Nakajima, atualmente radicada em Londres, é considerada uma das artistas sonoras mais inovadoras da sua geração.

A sua prática artística distingue-se pela utilização de objetos do quotidiano, dispositivos motorizados e elementos escultóricos, criando instalações sonoras imersivas que oscilam entre performance e escultura.

O acaso é um elemento central no seu trabalho: cada apresentação é efémera, irrepetível e profundamente ligada ao espaço onde acontece.

Nakajima já apresentou trabalhos em instituições como:

  • Galeria IKON (Birmingham)

  • Museo Vostell Malpartida (Cáceres)

  • ShugoArts (Tóquio)

  • Cafe OTO (Londres)

Além disso, colabora regularmente com artistas de renome como David Toop, Akira Sakata e o próprio Pierre Berthet.

Pierre Berthet: inventor de objetos sonoros

O belga Pierre Berthet, natural de Liège, é músico, compositor e verdadeiro inventor de objetos sonoros.

Desde os anos 1990, dedica-se à criação de instalações site-specific, utilizando materiais como fios de aço, latas metálicas e plantas secas motorizadas. O seu trabalho convida o público a uma escuta expandida, onde o som deixa de ser apenas vibração no ar e passa a ser sentido como matéria física e ressonância ambiental.

Com um percurso internacional de relevo, Berthet é reconhecido por transformar o banal em poético, explorando as propriedades acústicas dos materiais e dos espaços de forma única.

A performance de 26 de outubro: o ponto alto

O grande momento da residência será a apresentação pública de 26 de outubro, quando os dois artistas irão partilhar o resultado da sua semana de pesquisa e experimentação.

Espera-se uma instalação performativa que desafia as categorias tradicionais de concerto ou exposição. O público terá a oportunidade de:

  • Percorrer um espaço transformado em instalação sonora.

  • Vivenciar o som como escultura e matéria física.

  • Participar de forma imersiva, tornando-se parte do diálogo entre som, espaço e acaso.

É uma oportunidade rara de contacto direto com dois dos mais importantes criadores da arte sonora contemporânea internacional.

Arte sonora: entre natureza, tecnologia e comunidade

A proposta do Fontes Sonoras vai além do espetáculo artístico. A residência pretende abrir espaço para novas formas de escuta, colocando em diálogo:

  • A natureza, com os seus fluxos e ritmos próprios.

  • A tecnologia, usada de forma inventiva para criar objetos sonoros.

  • A comunidade local, que interage com os artistas e participa na construção da experiência coletiva.

Assim, a arte sonora torna-se uma ferramenta de reflexão sobre a nossa relação com o ambiente e com os sons que nos rodeiam no quotidiano.

Por que visitar a Aldeia das Fontes durante o Fontes Sonoras?

A Aldeia das Fontes, em Leiria, não é apenas o cenário deste projeto – é parte essencial da criação artística.

Localizada num território de grande riqueza natural, a aldeia oferece:

  • Paisagens sonoras únicas, onde o som da água, dos ventos e da fauna se mistura ao espaço arquitetónico.

  • Uma atmosfera intimista, que contrasta com a agitação dos grandes centros urbanos.

  • Oportunidades de turismo cultural e de natureza, para quem deseja aliar a experiência artística a um fim de semana diferente em Leiria.

Visitar o Fontes Sonoras é mergulhar numa experiência que une arte, natureza e comunidade, algo raro e transformador.

Fontes Sonoras e o futuro da arte sonora em Portugal

Com apenas três edições, o Fontes Sonoras já se consolida como um dos projetos mais relevantes para a difusão da arte sonora em Portugal.

Através da sua proposta inovadora, o evento:

  • Valoriza a criação contemporânea, colocando Portugal no mapa internacional da arte sonora.

  • Cria pontes entre artistas e comunidades, incentivando a partilha e a participação.

  • Potencia novas práticas culturais, em territórios muitas vezes afastados dos grandes centros.

Num momento em que cresce o interesse por experiências culturais imersivas e sustentáveis, o Fontes Sonoras assume um papel de vanguarda, projetando Portugal como referência neste campo artístico.

Conclusão: uma experiência imperdível em outubro

De 20 a 26 de outubro de 2024, a Aldeia das Fontes, em Leiria, será palco de um encontro artístico singular. Com Rie Nakajima e Pierre Berthet, dois nomes centrais da arte sonora contemporânea, o projeto Fontes Sonoras oferece uma semana de criação, investigação e diálogo com o território, culminando numa apresentação imersiva no dia 26 de outubro.

Mais do que um evento cultural, trata-se de uma experiência sensorial e transformadora, que convida o público a escutar o mundo de forma diferente.

Se procura arte inovadora em Portugal, contacto com a natureza e uma oportunidade única de vivenciar a criação sonora contemporânea, este é um evento a não perder.