A corrida à PALAVRA DO ANO® 2025 segue ao rubro e promete voltar a mobilizar milhares de participantes até ao dia 30 de novembro, data limite para votar em www.palavradoano.pt.

Promovida pela Porto Editora em parceria com a Infopédia, a iniciativa mantém o seu carácter simbólico e analítico, funcionando como um termómetro social que regista os temas que, ao longo do ano, ganharam força no discurso público. Até ao momento, entre as dez finalistas, três termos destacam-se na preferência dos votantes: “apagão”, “flotilha” e “imigração”. A palavra vencedora será conhecida a 3 de dezembro.
A escolha deste trio não é surpreendente. Cada uma destas palavras condensa episódios que marcaram 2025, traduzindo tensões, desafios e mobilizações coletivas. A votação decorre num contexto em que a sociedade portuguesa enfrentou acontecimentos de grande impacto, desde crises de infraestrutura e debates sobre políticas públicas até mobilizações internacionais de caráter humanitário. A lista final, construída a partir de mais de 6500 sugestões enviadas pelo público e das tendências observadas pela Porto Editora e pela Infopédia, oferece um retrato fiel de um país em transformação e atento ao que o rodeia.
Apagão: quando a falha elétrica parou o país
Entre as palavras mais votadas está “apagão”, um termo que marcou o quotidiano nacional após a falha generalizada do fornecimento elétrico que imobilizou grande parte do território. Transportes suspensos, comunicações interrompidas e serviços essenciais inoperacionais revelaram a vulnerabilidade das infraestruturas e levantaram questões sobre a resiliência energética do país. O episódio expôs fragilidades, mas também abriu espaço para um debate mais profundo sobre segurança, autonomia energética e planos de contingência num mundo cada vez mais dependente da eletricidade.
O impacto do apagão prolongou-se para lá das horas de escuridão. Empresas, instituições e famílias tiveram de lidar com as consequências imediatas, enquanto especialistas e decisores políticos procuraram respostas e soluções estruturais. A palavra ganhou destaque na comunicação social e nas redes, tornando-se um símbolo das incertezas tecnológicas da atualidade.
Flotilha: a solidariedade que atravessou mares
Outra das palavras em destaque é “flotilha”, associada à Global Sumud, uma iniciativa que juntou embarcações de dezenas de países numa missão de apoio humanitário à Faixa de Gaza. A operação captou atenção global e teve eco significativo em Portugal, onde organizações e cidadãos acompanharam o percurso das embarcações e o debate geopolítico que as envolveu.
O termo tornou-se representativo de uma ação coletiva internacional que procurou romper bloqueios e levar ajuda a populações em crise. Num ano marcado por tensões no Médio Oriente e por um crescente envolvimento de organizações civis em questões humanitárias, “flotilha” ganhou peso simbólico, reforçando a ideia de solidariedade transfronteiriça.
Imigração: um espelho das divisões e urgências nacionais
“Imigração” lidera igualmente a votação e reflete um dos temas mais debatidos de 2025. O país viveu meses de forte discussão sobre políticas migratórias, integração social, mercado de trabalho e coesão comunitária. A multiplicidade de perspetivas expôs divisões, mas também a necessidade de encontrar soluções equilibradas e sustentáveis.
À medida que Portugal continua a ser destino para milhares de pessoas em busca de melhores condições de vida, a palavra “imigração” ganhou uma presença constante no discurso político, mediático e social. A sua força nesta edição da PALAVRA DO ANO® traduz um país consciente dos desafios, mas também das oportunidades associadas ao fenómeno migratório.
As dez finalistas: um retrato de 2025
Além das três palavras mais votadas, a lista de finalistas conta com sete outros termos que ajudam a compor a narrativa do ano:
Agente (IA): o avanço dos agentes de inteligência artificial espalhou-se pelos serviços públicos, educação e comunicação, evidenciando como a tecnologia redefine rotinas e processos.
Eleições: com legislativas em maio e autárquicas em outubro, 2025 foi um ano de forte participação democrática e preparação para as presidenciais.
Elevador: o acidente no Elevador da Glória levantou questões urgentes sobre segurança e manutenção de património histórico.
Fogos: com mais de 250 mil hectares ardidos, o país enfrentou um dos piores anos em matéria de incêndios florestais.
Moderado: o debate sobre rendas moderadas expôs as fragilidades do acesso à habitação e acentuou polémicas no setor.
Perceção: estudos revelaram discrepâncias entre a perceção pública e a realidade em áreas como saúde, segurança e corrupção.
Tarefeiro: o aumento de profissionais contratados à hora, especialmente na saúde, tornou-se símbolo das dificuldades estruturais do setor.
Uma iniciativa que celebra a língua e a memória coletiva
Mais do que uma votação, a PALAVRA DO ANO consolidou-se como um momento cultural que encerra cada ano com reflexão e identidade. A iniciativa sublinha a vitalidade da língua portuguesa e a forma como as palavras acompanham transformações sociais, económicas e políticas. Em 2025, mais uma vez, o projeto mostra-se capaz de captar o pulsar do país.
A eleição da palavra vencedora, a anunciar a 3 de dezembro, será mais do que uma curiosidade linguística. Será, como sempre, o espelho de um tempo.


















