A cena musical portuguesa ganha um novo pulso vindo diretamente de Leiria. Os Terrible Mistake, dupla emergente do panorama eletrónico nacional, apresentam “Super Fly”, o primeiro single e videoclipe do muito aguardado álbum de estreia I Have An Atomic Bomb Inside Me. O disco chega a 21 de novembro, em formato digital e vinil, prometendo abalar a cena underground com a sua fusão de sombrismo sensual, energia psicadélica e vibração eletrónica intensa.
Uma explosão criativa em forma de som
“Super Fly” é mais do que um single de apresentação — é um manifesto sonoro. A faixa marca o ponto de partida de um álbum que explora a identidade artística e emocional dos Terrible Mistake, um duo que tem vindo a desenhar o seu próprio território musical.
A música fala sobre a dificuldade de encontro no amor, mas também sobre o processo de descoberta interior que acompanha a criação. É uma faixa de contrastes: entre a introspeção e o hedonismo, entre o desejo e a solidão — tudo embalado numa produção meticulosa e imersiva.
O resultado é uma viagem que começa na melancolia e desemboca num clímax pulsante, onde sintetizadores densos, vozes etéreas e batidas contagiantes se entrelaçam com naturalidade. “Super Fly” mostra-nos que o duo não teme experimentar e que a sua estética sonora é tanto cinemática quanto visceral.
“I Have An Atomic Bomb Inside Me”: um título que diz tudo
O álbum I Have An Atomic Bomb Inside Me chega como uma explosão emocional e sonora. Ao longo das suas seis faixas, os Terrible Mistake conduzem-nos por paisagens abstratas e envolventes, onde o ritmo é hipnótico e o som, uma experiência quase física.
Linhas de baixo sofisticadas, graves distorcidos e atmosferas ornamentais criam um equilíbrio entre o caos e a harmonia, prendendo o ouvinte numa viagem eletrónica que tanto se pode viver de olhos fechados como no calor de um clube às 3 da manhã.
Cada faixa funciona como um capítulo de um laboratório artístico, onde a experimentação sonora se mistura com uma componente emocional profunda. Como descreve a própria banda, o processo de criação foi “como uma experiência científica: muitos procuram uma resposta específica, mas poucos acabam com uma conclusão distinta.”
Essa abordagem experimental reflete-se num som que é tão imprevisível quanto magnético, e que convida o público a mergulhar sem reservas.
Um som que nasce da noite
A música dos Terrible Mistake foi feita para ser consumida quando a atmosfera se torna estranha e surreal, dizem os próprios. É o tipo de som que encaixa num clube londrino às 3 da manhã, quando o corpo e a mente já se renderam à música.
A sua estética — brilhantemente sombria, sexy e viciante — penetra na corrente sanguínea e provoca uma sensação de euforia melancólica. Há um magnetismo cinematográfico nas texturas que criam, um convite para perder o controlo e deixar-se envolver por essa corrente subterrânea de som e emoção.
Em “Super Fly” e no restante álbum, a dupla demonstra um domínio notável da produção eletrónica contemporânea, fundindo influências do trip-hop, synthwave e dark pop num registo próprio. As vozes — por vezes envoltas em delays e reverbs ecléticos — criam uma sensação de presença fantasmagórica, enquanto as batidas oscilam entre o groove pulsante e a abstração experimental.
Lançamento e digressão
O lançamento de I Have An Atomic Bomb Inside Me está marcado para 21 de novembro, e será o ponto de partida para uma digressão nacional que levará os Terrible Mistake aos principais palcos alternativos do país.
As primeiras datas já estão confirmadas:
22 de novembro – Centro de Artes de Guimarães
28 de novembro – Maus Hábitos, Porto
5 de dezembro – Stereogun, Leiria
Lisboa – data a anunciar em breve
A expectativa é elevada — não apenas pelo impacto visual e sonoro que o duo promete trazer ao palco, mas também pela oportunidade de testemunhar ao vivo a energia crua e emocional que atravessa o álbum.
Uma promessa da nova eletrónica portuguesa
Com “Super Fly”, os Terrible Mistake afirmam-se como um dos projetos mais intrigantes da nova cena eletrónica portuguesa. O seu som escapa às convenções e aposta numa estética ousada, que mistura densidade sonora com lirismo intimista.
Mais do que apenas música, este projeto é uma experiência sensorial, uma forma de traduzir o caos interior em ritmo e movimento.
Em tempos em que a música eletrónica nacional procura novos caminhos, os Terrible Mistake surgem como um sopro de originalidade e intensidade. A sua estreia em longa duração promete não apenas conquistar o público alternativo, mas também abrir novas possibilidades para a música feita em Portugal.
