No Web Summit 2025, a inovação deixou de ser um conceito abstrato para se tornar um compromisso com a confiança, a credibilidade e o fator humano.

No palco Corporate Innovation, Timothy Webb, CEO da CARMA na Europa e Américas, e Ana Figueiredo, CEO da MEO, protagonizaram uma conversa marcada por reflexão estratégica e visão de futuro, moderada por Shrikesh Laxmidas, Deputy Editor-in-Chief do ECO. Sob o tema “What Does the New Era of Innovation Look Like?”, o debate explorou o papel central da inteligência artificial, da reputação e da interpretação humana na forma como as empresas constroem impacto num cenário mediático em rápida transformação.
Logo no início, Tim Webb sublinhou um ponto essencial: a reputação como motor invisível da inovação. A sua mensagem foi incisiva ao afirmar que, por mais avançada que seja a tecnologia, esta só se transforma em valor real quando existe confiança por parte de clientes, investidores e parceiros. No mundo atual, movido por fluxos contínuos de informação, essa confiança não nasce de forma espontânea; é construída através de comunicação consistente, experiências autênticas e monitorização contínua da perceção pública.
Foi neste contexto que Tim Webb destacou o trabalho da CARMA, líder global em media monitoring e análise de reputação. A empresa não se limita a quantificar visibilidade, mas procura compreender as dinâmicas profundas entre inovação, narrativa mediática e impacto reputacional. Segundo Tim Webb, a tarefa vai muito além da análise superficial: trata-se de interpretar como cada lançamento, comunicado ou decisão corporativa se traduz em credibilidade — ou, pelo contrário, em risco.
Um dos exemplos discutidos foi o estudo contínuo da CARMA sobre a ascensão das marcas chinesas de veículos elétricos, como a BYD. A tecnologia, embora essencial, não explica sozinha o crescimento destas marcas nos mercados globais. O que realmente faz a diferença, referiu Webb, é a capacidade de construir uma narrativa coerente, alinhada com valores reconhecíveis e capaz de gerar confiança nos públicos. Este caso ilustra uma das grandes teses defendidas na sessão: a inovação não é apenas um produto; é um posicionamento.
Ao explorar a interseção entre inteligência artificial e resiliência empresarial, Tim Webb evidenciou como a tecnologia se tornou indispensável para identificar ameaças reputacionais em tempo real. Todos os dias, os sistemas da CARMA analisam milhões de notícias, emissões, publicações e menções sociais para detetar alterações de sentimento, tendências emergentes e potenciais campanhas de desinformação. No entanto, frisou que a tecnologia, por si só, não garante compreensão. A análise humana continua a ser determinante para interpretar nuances, contexto cultural e intenção comunicacional.
A complementaridade entre máquina e analista foi reforçada através de um episódio recente: a CARMA apoiou um grande banco internacional na identificação precoce de uma narrativa falsa, impedindo que esta atingisse os meios de comunicação tradicionais. Este exemplo ilustrou a importância crescente da inteligência artificial como mecanismo de defesa reputacional e da interpretação humana como filtro crítico para decisões estratégicas.
A discussão avançou depois para um tema que desafia executivos e departamentos de inovação: como medir a inovação de forma eficaz? Para Tim Webb, indicadores como patentes ou receitas são relevantes, mas insuficientes. A CARMA trabalha com métricas que incorporam credibilidade, liderança e confiança — elementos que, segundo Webb, realmente determinam o impacto de uma iniciativa inovadora. A inovação, nesta nova era, não se esgota na criação de algo novo, mas sim na capacidade de gerar significado, criar valor percebido e fortalecer a relação com os públicos.
A sessão encerrou com uma conclusão inequívoca: na economia atual, a tecnologia funciona como o motor da inovação, mas a confiança é o elemento que a sustenta. Sem credibilidade, mesmo a ideia mais disruptiva perde força antes de gerar impacto. O fator humano — a interpretação, o contexto, o olhar crítico — continua a ser essencial para transformar dados em decisões estratégicas e inovação em reputação sólida.
Sobre a CARMA
Fundada em 1984, a CARMA é uma das empresas pioneiras no setor de media intelligence e uma referência global na análise de reputação. Trabalha atualmente com mais de 3.500 marcas e organizações em todo o mundo, ajudando-as a compreender o ecossistema mediático e a transformar insights em vantagens competitivas. Em Portugal desde 2020, a CARMA CPLP combina tecnologia especializada com equipas de consultores experientes, oferecendo análises em tempo real e suporte estratégico a mais de 100 clientes e mais de 300 projetos distintos. A empresa tem-se afirmado como líder do setor, contribuindo diariamente para a criação de conhecimento e valor acrescentado.


















