No universo musical português, poucos nomes têm conseguido afirmar uma identidade tão marcada, estética e emocionalmente coesa quanto MARLA. A artista, muitas vezes comparada a PJ Harvey, Chelsea Wolfe ou Louise Lémon, regressa agora com “Vejo Tudo Morrer”, um videoclipe que aprofunda ainda mais o seu território de pop noir e que promete tornar-se um dos lançamentos mais impactantes da sua carreira.

A estreia está marcada para 21 de novembro e já se sente a expectativa em torno de uma obra que une música, cinema e performance numa visão profundamente sensorial.
Com “Vejo Tudo Morrer”, MARLA dá continuidade à construção de um imaginário onde o desejo, o interdito e a melancolia se entrelaçam num ambiente de tensão emocional. O novo videoclipe representa, para a artista, um mergulho ainda mais íntimo no lado obscuro da sensibilidade contemporânea, reforçando a estética sombria e sensual que a distingue no panorama alternativo nacional. Este trabalho não é apenas um complemento visual à música, mas uma extensão narrativa e simbólica daquilo que MARLA vem a explorar desde o início da sua discografia.
A produção do videoclipe fica novamente a cargo da Silver Fox Management Videos, uma parceria que tem garantido à artista um elevado rigor estético e uma linguagem visual própria. A direção artística de Bruno Celta, colaborador de longa data e também diretor musical de MARLA, volta a ser determinante. Celta desenha um universo próximo da cinematografia de David Lynch e da energia crua associada a projetos como Nine Inch Nails, onde o contraste entre o ruído e o silêncio, entre a sombra e a luz, revela mais do que explica. A abordagem voyeurista, íntima e provocadora desafia o espectador a entrar num território onde o olhar nunca é neutro, sendo simultaneamente cúmplice e intruso.
“Vejo Tudo Morrer” afirma-se como uma experiência audiovisual que pretende abalar zonas de conforto. Há uma pulsação emocional que percorre cada plano, cada movimento de câmara e cada inflexão vocal. A voz grave e hipnótica de MARLA, já reconhecida pela crítica como uma das mais marcantes do novo pop alternativo, conduz o espectador por uma narrativa feita de tensão, delicadeza e desejo contido. A artista reafirma, assim, a dualidade que tem sido apontada como uma das suas maiores forças: uma presença simultaneamente vulnerável e poderosa, capaz de oscilar entre a melancolia e a explosão emocional.
A crítica especializada tem acompanhado de perto esta evolução. A Review Via Nocturna destacou, numa análise ao álbum Sombra & Sangue, a capacidade de MARLA em equilibrar intensidade e simplicidade, criando temas que tanto exploram distorções densas como atmosferas acústicas de grande intimidade. A publicação sublinha que faixas como “Beijo Tóxico” ou “Vejo Tudo Morrer” revelam uma artista madura, com uma construção vocal e instrumental que se impõe pela força emocional e pela profundidade interpretativa. Este reconhecimento tem colocado MARLA num patamar singular, distinguindo-a como uma das vozes mais promissoras do pop/rock alternativo português.
Este novo lançamento reforça, portanto, uma trajetória marcada pela originalidade. A estética noir trabalhada por MARLA não se limita a um estilo musical, mas afirma-se como uma linguagem artística global, onde som e imagem dialogam de forma contínua. Em “Vejo Tudo Morrer”, esse diálogo atinge um novo grau de intensidade, apresentando uma obra que se atravessa mais pelo sentimento do que pela narrativa linear. O resultado é uma experiência imersiva, feita para ser sentida tanto pela audição como pelo olhar.
Além da forte componente visual, o videoclipe assume-se como mais um passo na consolidação da identidade sonora da artista. O uso de texturas densas, guitarras envoltas em distorções controladas e uma produção meticulosa contribuem para um ambiente dramático que reforça a sensação de ritual emocional, uma marca recorrente no trabalho de MARLA. Esta coerência estética tem permitido à artista construir um lugar muito próprio na nova cena musical portuguesa, ao mesmo tempo que amplia o alcance do pop noir no país.
Com “Vejo Tudo Morrer”, MARLA confirma que o seu percurso continua em expansão, sempre fiel ao universo emocional que a define. A intensidade estética, a profundidade vocal e a ousadia criativa mostram uma artista em plena afirmação, pronta para desafiar fronteiras e provocar novos olhares. A estreia promete marcar um novo capítulo na sua carreira, reforçando o impacto de uma obra que não se limita a ser ouvida, mas vivida. Em mais um passo decisivo rumo ao futuro do alternativo português, MARLA reafirma o poder de uma visão que se mantém fiel a si própria e, simultaneamente, sempre em transformação.


















